Vá para fora cá dentro!

Gostaria de agradecer, em primeiro lugar, ao tão amável convite que me foi feito para participar na elaboração activa e bastante construtiva do presente blog, pautado sempre por um leque de opiniões variadas de grande qualidade.

De seguida, proponho-me, então, a fazer uma análise de carácter crítico sobre os últimos acontecimentos, numa tentativa sátira ou numa, sem muito talento, "conversa" de escárnio e mal-dizer.

Aqui fica o meu testemunho, por terras de um outro continente, numa ilha, mas não a do nosso Alberto.

Depois de uma semana fora, num grupo numeroso de nuestros hermanos, apercebi-me que o nosso slogan ("Vá para fora, cá dentro!") não estava, de todo, a funcionar de acordo com o desejado.
De facto, Portugal continua ainda a ser um província de Espanha, não só aos olhos dos Dominicanos, como aos do nosso caro Mr. Ryan Wolfe, que integra o cast CSI Miami e que, numa entrevista à Visão, afirmou estar contente por vir a Portugal (na sua recente aposta como imagem de marca da Sacoor),por desejar, à muito, conhecer Ibiza e comer paella.
Tenho de revelar o meu contentamento por a uns quase sete mil quilómetros de distância, ainda ter como canal televisivo a RTP, internacional, que, apesar disso, só passava as manhãs da Julia Pinheiro ou a Praça d' Alegria...relativamente a desporto, bem, ainda consegui pôr-me a par com o tão proclamado Trio-de-Ataque, em que se debatia o despedimento do Mister Camacho e o muito próximo jogo em casa, que, felizmente, arrecadámos vitória!
Preferia então a CNN e as presidenciais!
Penso ser relevante frisar o momento único que se vive nos Estados Unidos, o momento de um verdadeiro Duelo de Titãs.
Por um lado, uma ex-1st Lady, um colosso da política, e por outro, um refrescante, mas jovem Obama, que, apesar de tudo, conta com a sua imagem de "I have a dream..." e um apoio incondicional da sua amiga Oprah.
De regresso, por cá, na nossa "querida terra" (autoria do nosso "escravo e admirador" M.C), deparo-me de novo, infeliz e imediatamente, numa leitura matinal, com mais uma política barata que se tenta levar avante.
De facto, já não bastava a magnífica frase de "tenho de deixar de usar mini-saia para ser levada a sério", como, na última entrevista que prestou ao jornal Sol, numa rúbrica de "entrevistas imprevistas", afirma que "chorou muito pelo benfica".
Não posso deixar, sem dúvida, de concordar totalmente com o título de abertura do artigo de José António Saraiva, a saber, "política a sério", publicado no mesmo jornal,na página imediatamente a seguir.
Sem sombra para dúvidas, um título curto, curioso e subtilmente certeiro!
Tenho ainda de referir que o Sr. Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, aquando do seu comentário às trocas de ministros no executivo, se pronunciou pela estratégia de Socrates em tapar três buracos, estar-se-ia a esquecer ainda deste, o quarto, cujas consequências ainda permanecem em silêncio e por desvendar.
Uma coisa todos nós nos vamos apercebendo, o de que ninguém é "levado de tal forma ao colo" sem algum motivo!
Quanto ao dia de hoje, as previsões apontaram para um dia de céu limpo.Quanto a Política, Desporto e Actualidade, o dia foi marcado por alguns momentos importantes, que penso ser fulcral passar em relevo.
Começo por referir a perda de Timor, do major Alfredo Reinado, da situação de estado de sitio em que vive e do ataque ao Presidente Ramos-Horta.
Uma questão a referir, apesar de forma dura e, talvez, um pouco injusta e deslocada de contexto, é a da boa actuação do serviço do INEM em Timor. Em contrapartida, e em sucedâneo, recebia-se a notícia de mais uma demissão no decorrer da mesma instituição no "contenente" português.
O dia de hoje fica ainda marcado em manchete pelo Caso Esmeralda e a polémica entrega da criança ao pai biológico.Isto é, o verdadeiro drama português que mantem a par e passo o mediático "caso meddie"!
Assiste-se ainda a um caso, que embora fora de prazo para os meus caros colegas de políticas, não deixa de marcar a vertente do Urbanismo.Coloco então a pergunta, para se pronunciarem, tendo em conta a quem de direito compete: trata-se, efectivamente, de uma decisão viciada de nulidade?!
Caso seja, um ponto a favor do PSD, tão apagado na sua oposição, que até dá de mãos largas campo de ataque a Alegre e à ala esquerda do PS, e vai caminhando para uma ausência de actividade política, frase empregue no decorrer da nossa conhecida "quadratura do círculo".
O dia de hoje foi marcado igualmente por uma afirmação engraçada, relativamente ao tema da terceira travessia sobre o Tejo.
Mais uma vez Mário Lino na ribalta. Parece, então, que o LNEC só vai comparar alternativas desde que "credíveis". Acho que o Sr. Ministro das Obras Públicas não escolheu a palavra mais adequada e tocou num ponto sensível e ainda muito fresco nas nossas memórias e, quem sabe, talvez, também, na dele.
Mais um momento da sua graça.
Falando em Ministros, agora cabe a vez à Ministra da Saúde, Ana Jorge, que hoje deu um rebuçadinho para acalmar os espíritos ainda descontentes com o indiscritível massacre compulsivo das urgências, escudando-se na entrevista à pergunta, referindo que esse tema na "altura devida" seria abordado.Resta saber se reitererá o seu caro antecessor, que arregalou, rapidamente, num jogo político bem engendrado, os olhos à reforma!
Apontamentos finais vão para a Cultura, porque nem tudo deve ser analisado de uma vertente negativa. Fica, portanto, o destaque para Rui Xavier, distinguido com uma menção especial no Festival de Cinema de Berlim.
No desporto é com uma enorme tristeza que soube que Sérgio Paulinho não estará na Volta à França de 2008, nem o vencedor do ano passado, o espanhol Alberto Contador, ou o terceiro classificado, o norte-americano Levi Leipheimer, se não se desvincularem da Astana e ingressarem noutra equipa. A Amaury Sport Organisation (ASO), empresa que organiza o Tour, anunciou hoje que não convidará a Astana para as suas provas, devido aos problemas de doping que assolaram esta formação, em especial na última época, quando os três corredores ainda competiam pela Discovery Channel.
Pode ser que a sua prestação marque pontos na Volta a Portugal, principalmente, por empenhar uma camisola que a todos nós é muito querida!
E é com esperança que desejo que estas questões não voltem a manchar a história do ciclismo, cujos investimentos ainda estão muito distantes face aos ancestrais no mundo do futebol.
Para terminar, ainda numa óptica positiva sobre a actualidade, é com orgulho que poderemos contar com um português na próxima viagem ao espaço, financiada pela indústria de Richard Branson.
Talvez o nosso próximo cartaz publicitário não seja só o rosto de Ronaldo, Mourinho ou Mariza, como muitos outros que marcam a nossa História.
Quem sabe... o futuro, então, o dirá!